O habitual e extenso programa de testes da Porsche teve lugar em circuitos como o de Nardò (Itália), “Nordschleife” do autódromo de Nürburgring e Hockenheim (ambos na Alemanha), e ainda em locais de teste espalhados por todo o mundo. Além disso, o Cross Turismo foi testado fora das vias asfaltadas, no sul de França e nos Pirenéus, e conheceu gelo e neve nos test drives na Suécia, Finlândia e Noruega. O chamado “circuito de safari” no campo de testes no Centro de Desenvolvimento de Weissach constituiu outro desafio todo-o-terreno fora de África. Com 998 361 quilómetros rodados em testes, os protótipos do Cross Turismo percorreram o equivalente a quase 25 voltas à Terra.
O novo suporte traseiro para bicicletas, concebido pela própria Porsche especificamente para este modelo, também foi submetido ao duro programa de testes em percursos com más condições de piso e testes de dinâmica de condução. Este suporte estabelece novos padrões, não só em termos de estabilidade, como também de manuseamento e ergonomia. As suas calhas muito largas, montadas a grande distância umas das outras, permitem transportar várias bicicletas elétricas.
“É óbvio que, para desenvolver o Cross Turismo, pudemos usufruir das experiências anteriores com a berlina desportiva Taycan. O maior desafio consistiu em conciliar os requisitos de desportividade com a aptidão fora das estradas asfaltadas", enfatiza o responsável pela série, Stefan Weckbach: por um lado, o Cross Turismo deve dar o seu melhor no circuito, por outro, deve também mostrar o que vale em piso desagregado, lama e cascalho." Esta última parte foi simulada durante a chamada "prova de resistência em pista de testes" no Centro de Desenvolvimento Weissach. Weckbach: “O resultado é impressionante. Mas o Cross Turismo não é um off-roader puro e duro, ele é um especialista em estradas não-pavimentadas e caminhos de terra. Ou seja, é uma espécie de canivete suíço sobre rodas de até 21 polegadas.”
É óbvio que, na Porsche, os veículos elétricos têm de se submeter ao mesmo programa de testes exigente que os automóveis desportivos com motor de combustão. Da lista de requisitos faz sempre parte, entre outros, um desempenho notável e a aptidão para o uso no dia-a-dia sem condicionamentos climáticos. No caso dos modelos elétricos, são adicionados requisitos particularmente exigentes, como o carregamento da bateria ou o controlo da temperatura do grupo propulsor e do habitáculo em condições extremas. Outras metas de desenvolvimento típicas da Porsche incluem o desempenho em circuito, a aceleração repetida e uma autonomia adequada para o uso no dia-a-dia.
Além disso, são realizados extensos testes laboratoriais e em bancos de ensaio. Inclui-se aqui também o desenvolvimento e a salvaguarda da aerodinâmica. A este respeito, o Cross Turismo enfrentou a tempestade no túnel de vento durante cerca de 325 horas. Esse trabalho permitiu otimizar, acima de tudo, a parte da traseira até ao mais ínfimo detalhe. A berlina desportiva Taycan até passou 1500 horas no túnel de vento, durante a fase de desenvolvimento.
Todo o pacote e as condições de espaço foram otimizados da mesma forma meticulosa. Só para a caixa de habitáculo, uma reprodução física detalhada e fiel do interior, e o chamado modelo de funcionalidades do pacote, foram necessárias 650 horas de trabalho de construção, eletrónica e coordenação, e mais 1500 horas de oficina.